Prefeito Adriano Silva reage às declarações de Hang, defende servidores municipais e esclarece ações de fiscalização
O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, voltou a protagonizar uma polêmica ao criticar duramente a prefeitura de Joinville, em Santa Catarina. Durante um vídeo divulgado nas redes sociais, Hang afirmou que a administração pública da cidade está “atrapalhando quem quer trabalhar” e chegou a classificar a prefeitura como um "manicômio", gerando grande repercussão no meio político e empresarial local.
Segundo o empresário, sua empresa tem enfrentado sérias dificuldades para conseguir autorizações e dar andamento a projetos de expansão na cidade. Ele alega que há excesso de burocracia e fiscalização, o que, em sua visão, impede o desenvolvimento econômico e desestimula o empreendedorismo. "É inadmissível o que está acontecendo em Joinville. Uma prefeitura que mais parece um manicômio, com tanta regra sem sentido, que impede quem quer gerar emprego de trabalhar", disparou Hang no vídeo.
As críticas foram motivadas por fiscalizações realizadas nas lojas da Havan na cidade, especialmente no que diz respeito ao uso das calçadas e a supostos problemas de acessibilidade. Hang considerou as ações da prefeitura um entrave às suas atividades e afirmou que a gestão municipal deveria priorizar o incentivo aos negócios, e não criar obstáculos.
Resposta do prefeito
Diante da repercussão, o prefeito de Joinville, Adriano Silva (Novo), respondeu às declarações de Hang por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. Visivelmente incomodado com a afirmação de que a prefeitura seria um “manicômio”, Silva lamentou o tom usado pelo empresário e saiu em defesa dos servidores públicos municipais.
“Não é justo que servidores, que seguem as leis e trabalham com seriedade, sejam atacados de forma tão desrespeitosa. A fiscalização que ocorreu nas lojas da Havan foi motivada por denúncias de cidadãos sobre acessibilidade nas calçadas, algo que é fundamental para garantir os direitos das pessoas com deficiência”, explicou o prefeito.
Silva também esclareceu que a prefeitura não aplicou nenhuma multa à empresa e que foi dado um prazo para que eventuais irregularidades fossem corrigidas, como é de praxe nesses casos. Ele ainda destacou que a fiscalização se limitou às calçadas e áreas externas, e que eventuais exigências relacionadas ao piso tátil dentro das lojas são de competência de órgãos estaduais ou federais, não da administração municipal.
Burocracia x responsabilidade pública
O episódio envolvendo Luciano Hang e a prefeitura de Joinville reacendeu um debate recorrente no Brasil: o conflito entre a agilidade que o setor privado deseja e a responsabilidade que o poder público precisa ter ao seguir normas legais e regulatórias.
Enquanto empresários como Hang pedem menos entraves e mais incentivo à livre iniciativa, gestores públicos alertam para a necessidade de cumprir legislações que envolvem segurança, acessibilidade, zoneamento urbano e proteção do espaço público. O desafio, segundo especialistas, está em encontrar o equilíbrio entre desburocratizar e manter a fiscalização necessária para garantir o bem-estar da população.
Repercussão nas redes sociais
As declarações de Hang rapidamente repercutiram nas redes sociais, dividindo opiniões. Parte do público concordou com o empresário, reforçando críticas à lentidão e aos entraves administrativos do setor público. Já outros usuários defenderam a posição do prefeito e apontaram que o respeito às leis urbanísticas e de acessibilidade deve ser prioridade em qualquer gestão.
A polêmica também mobilizou lideranças políticas e empresariais de Santa Catarina. Enquanto alguns defenderam o direito de Hang de se manifestar e criticar a gestão pública, outros consideraram que as palavras do empresário foram desrespeitosas e desproporcionais, especialmente ao usar termos como "manicômio" para se referir à prefeitura.